Bolsonaro diz que eventual pedido de vistas no julgamento no TSE 'ajuda a gente'

Bolsonaro diz que eventual pedido de vistas no julgamento no TSE 'ajuda a gente'

Ex-presidente está em Porto Alegre para evento do PL na cidade. Declaração foi dada em entrevista à Rádio Gaúcha concedida na manhã desta sexta (23).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que um eventual pedido de vistas de algum ministro do TSE durante o julgamento que pode torná-lo inelegível "ajuda a gente".

"O primeiro ministro a votar depois do relator, o relator é o senhor Benedito (Gonçalves), ministro do STJ, é o ministro Raul (Araújo Filho). Ele é conhecido por ser um jurista bastante apegado à lei, e, apesar de estar em um tribunal político, eleitoral, h[a uma possiblidade de ele pedir (vista). Isso é bom, porque isso ajuda a gente, clareando os fatos", disse, em entrevista à Rádio Gaúcha concedida na manhã desta sexta (23).

Bolsonaro também falou sobre a possibildade de ficar inelegível para a próxima eleição presidencial.

"Eu não quero discutir essa possiblidade. Acho que deixo a política do Brasil quando as condições físicas e mentais não permitirem mais. Ou quando eu partir para outra. Até lá, vou fazer política, porque estou com 68 anos e pretendo continuar colaborando", disse.

Bolsonaro na chegada a Porto Alegre, em junho de 2023 — Foto: Vítor Rosa/RBS TV

O julgamento

O Tribunal Superior Eleitoral começou nesta quinta-feira (22) o julgamento de Jair Bolsonaro por abuso de poder político. No exercício da presidência, ele convocou diplomatas estrangeiros para uma reunião para atacar o sistema eleitoral brasileiro sem nenhum fundamento.

A sessão começou com a leitura do relatório do ministro Benedito Gonçalves. O PDT, autor da ação, pede que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja declarado inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

O pedido foi motivado pela reunião com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, no dia 18 de julho de 2022. Nela, o então presidente Bolsonaro atacou o sistema eleitoral brasileiro sem apresentar qualquer prova e enumerou uma série de argumentos já desmentidos por órgãos oficiais. A reunião foi transmitida nas redes sociais de Bolsonaro e também pela TV oficial do governo.